domingo, 4 de janeiro de 2009

«DIA MUNDIAL DO BRAILLE»

Assinala-se hoje o «Dia Mundial do Braille», efeméride que pretende, acima de tudo chamar a atenção para os problemas dos cidadãos invisuais e da responsabilidade que a todos nos envolve nesta problemática, de modo próprio na construção de um mundo onde seja possível, cada vez mais e em cada dia, a sua integração e um não pleno à discriminação, dentro do princípio «Igualdade de oportunidade para todos».

O Dia Mundial do Braille evoca o nascimento de Louis Braille e a sua acção em prol da integração dos cidadãos com deficiência visual.

Recorde-se que o método de Braille, que veio permitir um vasto número de actividades aos invisuais, de modo próprio a leitura, a integração profissional, a música, entre outros, foi inventado por Louis Braille.

A 4 de Janeiro de 1809, na pequena aldeia de Coupvray, a 26 milhas de Paris, nascia Louis Braille, filho do seleiro da aldeia, Simom Rena Braille e de Monique Baron. Aos 3 anos de idade, a brincar com uma sevala pertencente ao seu pai, vasou um dos olhos. A terapia da época, insuficiente e pobre, foi ineficaz para p profundo ferimento. Sobreveio uma infecção que atingiu também a outra vista. A família tentou tudo, em esforços inúteis, pois a infecção generalizada havia destruído as córneas: o rapaz estava irremediavelmente cego.

Foi pela dedicação do abade Jacques Palluy, pároco de Coupvray, que, aos poucos, Louis tomou conhecimento do mundo que o cercava e que ele não via. O seu temperamento curioso e investigador completara o trabalho de abade Palluy...

Durante dois anos o menino frequentou a escola comum da aldeia. O seu primeiro professor, Antoine Becheret, logo notou a sua inteligência e encantava-se com suas respostas, muitas vezes gaiatas, pois apesar de sua cegueira, Louis Braille era alegre e espirituoso. Esse traço da sua personalidade acompanhou-o durante toda a sua existência.

Preocupado com o futuro da criança, o abade Palluy interessou-se em conseguir-lhe um lugar no Instituto dos Jovens Cegos da Paris. E a 15 de Fevereiro de 1819, Simon Bené Braille acompanha o seu filho Luis Braille a Paris, entregando-os aos cuidados do director do Instituto.

Ali, Braille viverá toda sua vida: ali aprendera letras, ciência, música, matemática; ali exercera o cargo de professor, ali vai elaborar, pacientemente, a construção de seu alfabeto; ali, aos 43 anos ele fechara os seus olhos para sempre...

Por volta de 1821, chega às mãos de Braille um processo de escrita de pontos em relevo, denominado Sonografia. Embora incompleta, confusa, complicada e sem lógica, a Sonografia, inventada por Charles Barbier de La Sarte, foi o ponto de partida para a criação do Sistema Braille.

Em 1825, aos um ano ingente e ininterrupto, Braille, com apenas 15 anos, apresentou a sua invenção ao director do Instituto: por meio de duas ordens de 3 pontos alinhados verticalmente, obteve, variando a posição desses pontos, 63 combinações que apresentavam todas as letras do alfabeto, as letras acentuadas, a pontuação, os algarismos, os símbolos matemáticos e a notação musical.

Em 1827, esse alfabeto tornou-se possível à transcrição de parte de um livro intitulado gramática das gramáticas e, em 1829, aparecia a 1ª edição do “Método para escrever palavras, música e canto-chão, por meio de pontos em relevo, para uso do cego e a ele adaptado”.

Porém, muito tempo se passaria antes que o sistema Braille ultrapassasse as fronteiras da França e mesmo do próprio Instituto.

Luis Braille não viveu o suficiente para ver o triunfo de seu sistema. Faleceu a 6 de janeiro de 1852, aos 43 anos de idade, vitimado por uma tuberculose que o acometera aos 26 anos.

Morreu ignorado por seus contemporâneos que não tiveram a visão da amplitude do seu trabalho. Os jornais da época nem sequer noticiaram a sua morte. Durante um século os seus restos mortais repousaram no pequeno cemitério de Coupvray, enquanto o mundo acordava, aos poucos, para a importância do seu trabalho. Em 1952, os seus despojos foram translados para o Pantheon de Paris, onde teve o seu merecido lugar de honra ao lado de outros ilustres filhos da França.
Fontes várias (adaptado)

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