É preciso começar a responsabilizá-los
Chegada a adolescência, as questões de indisciplina agudizam-se. O adolescente quer enfrentar a autoridade e medir forças. Um professor ou pai que se mostre autoritário ou, no pólo oposto, seja permissivo, apenas intensifica o problema.
É chegada a altura de o ensinar a responsabilizar-se pelos seus actos e, por isso mesmo, há que discutir com ele as regras de conduta, os horários da saída e entrada em casa. É certo e sabido que o horário raramente será cumprido, mas é necessário insistir sempre para que os resultados acabem por chegar.
Quanto aos professores, o melhor a fazer é adoptar punições que abarquem toda a turma. Deste modo, uns vão pressionar os outros, já que não será agradável verem-se excluídos do campeonato de futebol inter-turmas, ou da viagem de estudo.
É preciso ter em conta que o adolescente funciona em grupo e que a impressão que os outros têm dele é vital para o seu bem estar afectivo. Há um declínio do egocentrismo, sendo que o grupo comanda os pensamentos e acções.
Conquistar o líder do grupo é outro passo a dar. Muitas vezes, o líder não é o melhor aluno mas sim o que se comporta de uma maneira mais irreverente. Entrar em conflito não é benéfico, porque aumenta-lhe a força perante os colegas. Algum humor e paciência, são ingredientes necessários quando se lida todos os dias com adolescentes.
Por vezes resulta atribuir-lhes cargos, como por exemplo a vigilância de alunos mais novos durante o recreio. Importa que se aproveite a energia dos jovens, canalizando-a para actos mais positivos.
Ajude-o a organizar-se
A partir dos 15 anos, o poder do grupo vai-se progressivamente esbatendo. O jovem adquire a sua individualidade e cabe aos educadores a tarefa de incentivar no sentido de desenvolver mecanismos de auto-reforço.
O ideal é que o próprio adolescente pense “ se conseguir estudar esta matéria toda, posso ainda ir treinar”. Em vez da punição, há que prestar ajuda no sentido de o organizar. Por exemplo, alguns alunos não conseguem ter tempo para estudar toda a matéria e necessitam de apoio no sentido de efectuarem um horário de estudo que abarque todas as disciplinas, mas que as divida segundo as necessidades.
É chegado o momento de o tratar como crescido, sem menosprezar as suas qualidades que ele manifesta. Enaltecer os progressos escolares e ajudá-lo a encontrar um projecto de vida que o satisfaça.
in Sapo.
Sem comentários:
Enviar um comentário