O Papa recordou hoje em Bucareste os mártires cristãos que unem católicos e ortodoxos, para lá das divisões históricas, deixando uma mensagem de unidade no primeiro encontro com os responsáveis do Sínodo da Roménia.
“Existe uma fraternidade do sangue que nos antecede e que ao longo dos séculos, como uma silenciosa corrente vivificante, nunca cessou de irrigar e sustentar o nosso caminho”, assinalou, num discurso proferido no palácio patriarcal da Igreja Ortodoxa romena.
Francisco evocou a história de “perseguição” que atingiu “muitos filhos e filhas” da Roménia, de várias Igrejas e comunidades cristãs.
“Quantos mártires e confessores da fé”, exclamou.
A intervenção deixou uma referência aos tempos da “perseguição ateísta”, durante o século XX, no regime comunista.
“Em tempos recentes, muitos de diferentes Confissões encontraram-se lado a lado nas prisões, sustentando-se mutuamente. O seu exemplo está hoje diante de nós e das novas gerações, que não conheceram aquelas condições dramáticas”, observou.
Este domingo, último dia da viagem, o Papa desloca-se à região da Transilvânia, presidindo à Divina Liturgia de beatificação dos 7 bispos mártires greco-católicos (comunidade de rito oriental que reconhece a jurisdição do Papa), no Campo da Liberdade em Blaj.
O espaço está ligado à luta pela liberdade nacional e à perseguição dos católicos, durante o regime comunista do século XX, que em 1948 exigia aos católicos que integrassem a comunidade ortodoxa, cuja jurisdição é nacional.
Francisco recordou a viagem de São João Paulo II à Roménia, em 1999, “a primeira que um bispo de Roma dedicava a um país de maioria ortodoxa”, considerando que a mesma “inaugurou um tempo novo” nas relações ecuménicas.
A Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas continuam separadas desde o Cisma de 1054, tendo estas últimas desenvolvido um modelo de autoridade próprio, de cariz nacional, pelo que os vários patriarcados são autónomos e o patriarca ecuménico de Constantinopla (atual Turquia) tem apenas um primado de honra, como ‘primus inter pares’.
Um mês depois de ter passado pela Bulgária e a Macedónia do Norte, Francisco voltou a um país de maioria ortodoxa para pedir unidade das comunidades cristãs face às “mudanças sociais e culturais”, que deixam muitos excluídos e promovem uma “cultura do ódio”.
Francisco, que se apresentou como “irmão peregrino”, concluiu a sua intervenção com uma oração ao Espírito Santo. Daqui
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