segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Reflexão: "Não temos lugar para os idosos"


Pensar a vida é pensar também as diferentes idades da vida que somos. Neste contexto, gostava sublinhar a iniciativa do Vaticano que juntou, no final de Setembro, o Papa Francisco com os idosos. Trata-se de mais um ‘alerta’ para o modo como nos cuidamos e sobretudo como cuidamos dos mais ‘frágeis’.

O modo como tratamos os idosos diz muito dos valores e da ‘qualidade’ de uma comunidade e de uma sociedade. Os idosos não devem ser ‘eliminados’, ‘jogados fora’, nem devem ficar no ‘banco de reservas’ (Sandrin). Os idosos são pessoas - ponto. São pessoas que não só merecem ser bem cuidadas como podem dar um contributo específico ao mundo.

Muitas vezes vivemos e pensamos como se os idosos não contassem, como se não existissem… o pior é que tendemos a torná-los ‘invisíveis’. Um processo que muitas vezes confunde envelhecimento com doença. Todavia ficar mais velho não é igual a ser doente, limitado, dependente, incapaz, inútil…

Aqui entra, da parte destes, um chamar à atenção com as suas ‘dores’, ‘lamentos’ e ‘doenças’. Um processo que muitas vezes vêm como ‘sobrevivência’ afetiva numa espécie de concurso a ver quem tem mais doenças, mais problemas ou mais dores (basta passar umas horas num centro de saúde).

Mas ainda mais preocupante é ver idosos ‘abandonados’ nas instituições, a serem tratados como incapazes ou como crianças, isolados da vida social, ‘proibidos’ de trabalhar, tratados sempre como ‘coitadinhos’… Idosos que deixam a ‘sua casa’ e ‘perdem’ o seu espaço. Idosos que passam a ter que conviver com novos ‘vizinhos’ com novos horários e com novas regras.

Efetivamente, precisamos de projetos e de ideias - na sociedade e também nas comunidades cristãs - que envolvam os mais velhos, que os integrem e que possam contar com o seu contributo.

Quando pensamos em ‘pastoral’ facilmente se pensa na catequese, nos jovens e nos casais jovens, mas quase nunca nos mais velhos (a não ser em construir lares paroquiais – já é alguma coisa).

Mas se é verdade que precisamos de fazer uma crítica à sociedade em geral também temos que fazer uma crítica a muitos idosos que se instalam e se acomodam. Sobretudo todos os que se reformam e acabam por se deixar ficar em ‘casa’. Muitos ainda relativamente jovens e com muitas capacidades.

Há muitas coisas que os ‘reformados’ e os ‘idosos’ podem fazer na comunidade, nas instituições, nas associações… Mas infelizmente eu sei de vários que se ofereceram para voluntariados ou apresentam projetos… e a resposta é quase sempre ‘não, obrigado’. Também aqui é preciso muita criatividade e persistência.

Precisamos sobretudo de uma sociedade e de uma Igreja que tenha lugar para os idosos e conte com eles para ‘construir’ um mundo mais justo e humano. Uma Igreja que reze com eles e que conte com a sua oração.

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