Notabilizou-se nas quatro últimas décadas pelos programas televisivos sobre História. José Hermano Saraiva, um homem que se confunde com a História, faleceu hoje aos 92 anos.
O historiador José Hermano Saraiva morreu hoje de manhã, disse à agência Lusa o assistente do produtor do programa da Videofono.
No 10 de junho de 2011, o historiador foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2010, a Academia Portuguesa da História (APH) distinguiu José Hermano Saraiva como “grande divulgador” da História de Portugal e elegeu-o académico de mérito.
Exerceu as funções de professor liceal, director do Instituto de Assistência aos menores, Reitor do Liceu D. João de Castro, deputado à Assembleia Nacional, procurador à Câmara Corporativa, professor do Instituto de ciências sociais, políticas e ultramarinas da Universidade Técnica de Lisboa, ministro da Educação Nacional e embaixador de Portugal no Brasil, cargo de que solicitou a exoneração em 29 de Abril de 1974.

O Homem que se confunde com a História
José Hermano Saraiva notabilizou-se nas quatro últimas décadas através de programas televisivos sobre História.
Entre outros cargos públicos que exerceu antes do 25 de abril de 1974, como o de diretor do Instituto de Assistência aos Menores, foi ministro da Educação entre 1968 e 1970, qualidade na qual inaugurou a Biblioteca Nacional de Portugal.
Foi ainda deputado à Assembleia Nacional e procurador à Câmara Corporativa.
A colaboração com a RTP começou na década de 1970 com o programa “O tempo e a alma”. Foi ainda autor e apresentador de “Histórias que o tempo apagou”, “Horizontes da Memória” e “A Alma e a Gente”.
Um dos seus livros mais conhecidos é a “História concisa de Portugal” já na 25.ª edição, com um total de cerca de 180 mil exemplares vendidos. Editado pela primeira vez em 1978, este título foi já traduzido em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês.
Na área da História, José Hermano Saraiva tem publicados cerca de 20 títulos, entre eles “Uma carta do Infante D. Henrique”, “O tempo e alma”, “Portugal – Os últimos 100 anos”, “Vida ignorada de Camões”, ou “Ditos portugueses dignos de memória”.
Na área da jurisprudência editou sete títulos, nomeadamente “A revisão constitucional e a eleição do Chefe do Estado”, “Non-self-governing territories and The United Nation Charter”, e “Apostilha crítica ao projecto do Código Civil”, tendo ainda publicado cinco títulos na área da pedagogia.
Além da APH, José Hermano Saraiva é também membro das academias das Ciências de Lisboa, de Marinha e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, tendo sido distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho, a Comenda da Ordem de N. S. da Conceição de Vila Viçosa, e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco (Brasil).
Notícia atualizada às 14h18 SAPO/LUSA
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