A água do rio Slims provinha de um dos maiores glaciares do país. Devido ao aquecimento global, na primavera de 2016, o glaciar derreteu mais depressa do que era costume e a água começou a escoar para outro rio.
Quatro dias. Mais não foi preciso para que o rio Slims, no Canadá, desaparecesse da face da Terra. A história vem esta segunda-feira na conceituada revista científica “Nature”. Explicam os autores do artigo que água começou a escoar para outro rio depois de, no ano passado, se terem registado temperaturas mais altas e, consequentemente, ter derretido mais gelo do que era habitual.
“Fomos ao local onde pretendíamos continuar as medições e demos com o leito do rio mais ou menos seco”, contou James Best, geológo da Universidade do Illinois e um dos responsáveis pelo artigo publicado na “Nature”, entrevistado pelo “The Guardian”. O investigador recordou que o local onde anteriormente já tinha navegado se tornou “numa tempestade de areia”. “Em termos de paisagem, a mudança foi incrivelmente dramática”, acrescentou.
O Slims foi vítima de “river piracy”, um fenómeno em que o fluxo de um rio diverge para outro repentinamente. Neste caso, a água passou a correr para o rio Alsek, a centenas de quilómetros de distância.
A análise agora apresentada sugere que só existe 0,5% de possibilidade de na origem da mudança estar uma causa natural. “Portanto, há 99,5% de hipóteses de que tenha acontecido devido ao aquecimento da era industrial”, defendeu James Best.
Ao longo de centenas de anos, o Slims foi alimentado pela água derretida do glaciar Kaskawulsh e chegou a medir, no ponto mais largo, 150 metros.
Até ao ano passado, as medidas do Slims e do Alsek eram semelhantes. Mas já não são. Enquanto o primeiro ficou reduzido a poucas gotas, o contrário aconteceu com Alsek, que é agora entre 60 e 70 vezes maior que o Slims.
Os dados revelados pelos cientistas mostram também que a redução drástica do Slims aconteceu entre os dias 26 e 29 de maio de 2016. “Ao longo da nossa vida, não conhecemos ninguém que tenha documentado um acontecimento como este”, referiu Dan Shugar, o investigador responsável pela investigação. Daqui
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come."― Greenpeace
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