quinta-feira, 28 de julho de 2016

A Kippá faz o homem?*

Andando pelas ruas de Jerusalém, (tal como há um ano atrás), é difícil não notar a variedade de formas, cores e tamanhos de Kippás adornando as cabeças dos homens religiosos.
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O observador mais atento pode descobrir informações sobre quem usa um Kippá, de acordo com o estilo e a localização do solidéu (pequeno barrete usado na cabeça por motivos religiosos)  da pessoa.

Um pequeno solidéu bordado na parte superior da cabeça geralmente representa a ortodoxia moderna, enquanto que o tamanho do solidéu bordado de uma tigela de sopa geralmente é preferido pelos sionistas da extrema-direita religiosa, como yeshivot associadas com Merkaz HaRav.
O solidéu preto é a escolha de muitos haredim (ultraortodoxos), no entanto, onde é colocado e se tem uma borda ou não, também podem definir a próprio pessoa.
A camurça é dita ser a mais neutra, sempre preta ou azul. Qualquer outra cor será imediatamente exposta como uma interpretação mais liberal da halachá (lei judaica).
E a decisão de usar grampos para segurar o kippá no lugar tem muito simbolismo, porque muitas pessoas no mundo das yeshivot vêem isso como um sinal “moderno”.
De facto, como ornitologia é para os pássaros e cosmologia para as estrelas, o estudo da kippot, ou “kipotología”, como eu chamo, é para o povo judeu.
E este é precisamente o problema.
Embora possamos acreditar que a quantidade de kippot é um símbolo da diversidade da vida judaica, o triste é que a decisão da pessoa sobre o uso da kippá, tornou-se uma rotulagem do mesmo, levando a outras conclusões, que podem ter pouca ou nenhuma conexão com a realidade.
A kippá que nós escolhemos não tem nada a ver com o temor a Deus, a sua capacidade intelectual ou a integridade nos negócios, e menos tem a ver com o seu rigor no cumprimento das mitsvot. Julgar um judeu com base no tamanho ou formato do seu kippá não é apenas errado, mas tolo.
A kippá pode indicar como você quer que os outros te vejam ou a que grupo ou ”fação” quer pertencer. Mas qualquer coisa além disso é apenas especulação e nada mais.
De acordo com o Talmud, a cobertura de cabeça deve levar a pessoa a ter consciência de que Deus está acima dele. No Tratado de Kiddushin (31a), Rav Huna, o filho do rabino Yehoshua diz que “não se deve andar 4 côvados sem uma cobertura na cabeça.” Ela diz: “a Presença Divina está na minha cabeça.” Da mesma forma, no tratado de Shabat (156b), a mãe do rabino Nachman, o filho do rabino Isaac, instruiu que “você deve cobrir a cabeça para sentir o medo de Deus”.
Em ambos os casos, é evidente que a cobertura para a cabeça é destinada a elevar a pessoa e não servir como uma forma de identificação de um grupo particular.
No entanto, temos a Kippá, e transformamos ela num objeto espiritual para um definidor de critérios religiosos, diminuindo-a a ela e aos nossos irmãos judeus no processo. (...)
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Eu sempre vesti o meu Kippá como um símbolo de orgulho judaico e uma lembrança das minhas obrigações para com o Criador. (...) Mas tudo isso entre Deus e eu. Por que o resto tem que olhar para o meu solidéu bordado e colorido e desenhar todos os tipos de conclusões? No mundo de hoje, o facto de que um judeu escolha uma Kippá para se identificar como tal, já é por si só um ato de coragem e até ousadia. Existem milhares de lugares, desde as ruas de Paris até à estrada de Viena, onde a visão de um judeu orgulhoso com seu solidéu, ainda carrega olhos frios.
Então, vamos dar aos nossos amigos judeus o benefício da dúvida, ao invés de separá-los e tentar inseri-los em uma categoria ou outra.
A kippá faz o homem? A resposta, claro, deveria ser óbvia. Aos olhos de Deus, o que conta não é o que está nas nossas cabeças, mas dentro delas. É hora de aprender com o Seu exemplo.                                                                                                                    Daqui - adaptado*

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