segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Clima: Cimeira da ONU quer acordo global em 2015

Conseguir um acordo global em 2015 é o principal objetivo da 19ª Conferência das Partes (COP19), em Varsóvia, na Polónia.

Encontrar um sucessor para o Protocolo de Quioto e conseguir um acordo internacional sobre as emissões globais de gases com efeito de estufa em 2015, é o grande objetivo da 19ª Conferência das Partes (COP19) da Convenção da ONU sobre Alterações Climáticas, que começou hoje em Varsóvia.

A falta de vontade política continua a ser a maior barreira ao avanço das negociações da ONU, mas a insuficiência de recursos financeiros tem também dificultado ações mais ambiciosas de mitigação das alterações climáticas, nomeadamente nos países em desenvolvimento.

Num comunicado da Rede de Ação Climática (CAN), estrutura que envolve 700 organizações ambientalistas de 90 países, incluindo a Quercus, é salientado que as emissões globais de gases com efeito de estufa "continuam a empurrar o mundo para um aumento de temperatura de quatro graus Celsius até ao final deste século, em relação aos níveis de temperatura da época pré-industrial".

Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial revelou que a concentração de dióxido carbono (CO2) na atmosfera em 2012 bateu um novo recorde, ao atingir 393 partes por milhão (ppm), e avançou com a previsão de poder ser ultrapassado o limite crítico das 400 ppm em 2015 ou 2016, a partir do qual o aumento da temperatura global poderá ser irreversível.   

Limites do planeta estão a ser ultrapassados 

"Os limites do planeta e o presente estado de equilíbrio dos ecossistemas estão prestes a ser ultrapassados", alerta a CAN, acrescentando que "já assistimos a impactes devastadores das alterações climáticas um pouco por todo o mundo, em forma de tempestades, cheias, secas e um número crescente de eventos climáticos extremos".

Estes fenómenos "estão a custar aos países recursos financeiros escassos, enquanto a economia global continua a enfrentar uma crise de grandes proporções". E os impactes "são tratados de forma isolada e temporária, preferindo-se ignorar a raiz do problema".

Para inverter esta situação, a Cimeira de Varsóvia deve ultrapassar a falta de confiança que existe entre países e assumir os compromissos necessários para assegurar um aumento de temperatura global abaixo dos dois graus Celsius, conseguir um novo acordo vinculativo e um novo regime climático em 2015, na cimeira da ONU prevista para Paris.

Subida do nível do mar em Portugal 
A subida do nível do mar causada pelo degelo no Ártico é uma das principais preocupações para Portugal
Getty Images
A conferência na capital da Polónia surge depois da divulgação da primeira parte do 5º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU (IPCC), "onde a subida do nível do mar causada pela expansão dos oceanos decorrente do aumento da temperatura e do degelo - que poderá atingir uma média de 98 cm entre 1986-2005 e 2100 - é uma das maiores preocupações para Portugal", recorda a Quercus.

Assim, devido a este problema, a disponibilidade de água potável poderá diminuir devido ao aumento dos níveis de salinização e 67% das zonas costeiras portuguesas poderão ficar destruídas.
A CAN, por sua vez, considera que a prioridade da COP19 "deve ser o aumento da ambição de redução de emissões a curto prazo e de financiamento de medidas". Nesse sentido, define concretamente o que pode ser alcançado na Cimeira de Varsóvia.

Pico das emissões em 2015 é possível? 

Assim, na mitigação das alterações climáticas, "os países precisam de se esforçar para que o pico global de emissões ocorra em 2015" e devem ser exploradas "formas de os países em desenvolvimento contribuírem para ações globais de mitigação", com incentivos financeiros adequados.

Por outro lado, deve ser criada uma estrutura global de apoio às energias renováveis e eficiência energética, e deve "ser demonstrado forte apoio político a outras medidas complementares para a redução das emissões", nomeadamente na aviação e na navegação marítima.

Quanto ao financiamento, a rede de organizações ambientalistas defende que todos os países desenvolvidos devem assegurar o valor de financiamento climático com que já se comprometeram entre 2013 e 2015, e garantirem o objetivo de médio prazo de financiamento público de 45 mil milhões de euros.

in  
Expresso, 11-11-13

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