Cáritas considera que a erradicação da pobreza extrema até 2015 é "uma miragem".
AMI diz que há pessoas da classe média alta a pedirem ajuda.
“Temos cada vez mais pessoas a cair na pobreza extrema, na pobreza mais severa. Não só há mais gente pobre, como mais gente muito, muito pobre”, lamenta Eugénio Fonseca, nesta quinta-feira em que se assinala o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.
Objetivo longe de ser atingido
Quase metade da população portuguesa estava em risco de pobreza em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, que mostram que, mesmo depois das transferências sociais, quase 1,8 milhões de pessoas continuavam em risco.
O objetivo traçado até 2015 é reduzir para metade o número de pobres no mundo, mas, tendo em conta a crise financeira global, “estamos longe de poder atingir esse objectivo e, possivelmente, a situação de pobreza irá ainda agravar-se”, diz à Lusa Fernando Nobre.
No entanto, salienta, “há zonas do mundo em que esse objetivo está em vias de ser atingido”, nomeadamente na América Latina e na Ásia Meridional. Por exemplo, na Índia, onde a AMI trabalha há mais de 20 anos, já não se veem situações de miséria com a dimensão de há uns anos. Já na África Subsaariana, “a situação, em vez de estar a melhorar, está a agravar-se”, lamenta.
Dados divulgados pela Cáritas referem que cerca de 1,2 mil milhões de pessoas (20% da população mundial) “vivem penosamente muito abaixo do limiar mínimo da pobreza [com menos de um dólar por dia]”.
Os mesmos dados indicam que 850 milhões de pessoas passam fome e 30 mil morrem todos os dias de causas diretamente relacionadas com a pobreza.
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