Queridos amigos:
Tenho tentado muitas ocasiões para lhes escrever. Para lhes ser sincero, nunca me foi tão difícil uma estadia na minha vida como nesta primeira semana em Haiti.
Cheguei na passada quarta-feira a Santo Domingo e na quinta trabalhei todo o dia na MUDHA DOMINICANA, a associação com a qual vim ao Haiti logo após o terremoto, para entender como estão a decorrer as coisas por aqui. Fiquei bem preocupado.
No dia seguinte, sexta-feira viajei para o Haiti, com dez horas de viagem em camioneta. Vi que quase nada mudou.
Cheguei na passada quarta-feira a Santo Domingo e na quinta trabalhei todo o dia na MUDHA DOMINICANA, a associação com a qual vim ao Haiti logo após o terremoto, para entender como estão a decorrer as coisas por aqui. Fiquei bem preocupado.
No dia seguinte, sexta-feira viajei para o Haiti, com dez horas de viagem em camioneta. Vi que quase nada mudou.
O clima é sufocante e quase nem se consegue respirar fundo. Para além do calor asfixiante, estão sempre a queimar lixo em qualquer canto da cidade com cheiros que parecem anestesiar. As pessoas cozinham quase só a carvão, o que ajuda a aumentar a temperatura. O lixo é incrível como está em todos os lados amontoado e faz parte da paisagem e temos até que nos habituar a caminhar por cima dele.
Estou em casa de uma família muito simpatica com cinco filhos e que me foi apresentada no acampamento da AMI na vez passada que vim. O quarto é tao quente que tenho sempre dormido ao ar livre. De noite para ir "à casa de banho é preciso pedir "autorização" às baratas (e algumas até voam).
Das ajudas prometidas ao Haiti nem dois por cento chegaram, passados que sao já seis meses.
O tempo também nao tem ajudado e de vez em quando vêm umas tempestades que levam centenas de tendas em plástico com os poucos haveres que conseguiram recuperar dos escombros.
Em todo este contexto (e em breves palavras), tocou-me chegar quase ao desespero (estou a exagerar, claro) mas foi aqui neste preciso momento que pude entender o que é que este povo sofre.
É aqui que acaba a poesia dos nossos projectos e começa a realidade da sua concretização, a realidade de ter aterrado num espaço que continua a ser ainda o lugar do mundo onde muito provavelmente mais se sofre neste nosso planeta.
O tempo também nao tem ajudado e de vez em quando vêm umas tempestades que levam centenas de tendas em plástico com os poucos haveres que conseguiram recuperar dos escombros.
Em todo este contexto (e em breves palavras), tocou-me chegar quase ao desespero (estou a exagerar, claro) mas foi aqui neste preciso momento que pude entender o que é que este povo sofre.
É aqui que acaba a poesia dos nossos projectos e começa a realidade da sua concretização, a realidade de ter aterrado num espaço que continua a ser ainda o lugar do mundo onde muito provavelmente mais se sofre neste nosso planeta.
Depois de todas as reuniões de trabalho, na terça-feira já vamos hastear a nossa bandeira da PROMUNDO, com a bandeira de Coimbra e a bandeira de Portugal no nosso terreno. Já está feito o levantamento topográfico do terreno e uma estimativa do custo da Escola Profissional Portuguesa. Mas isto digo depois!
Missão cumprida! (para já!)
Missão cumprida! (para já!)
Vejam o site da PROMUNDO, pois lá encontrarão mais notícias e fotos: http://www.promundo.pt/
Obrigado pela vossa presença aqui através das mensagens.
Obrigado pela vossa presença aqui através das mensagens.
Um grande abraço,
Fernando
Fernando
Sem comentários:
Enviar um comentário