segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Amor...


Dei-te os dias, as horas e os minutos

Destes anos de vida que passaram;

Nos meus versos ficaram

Imagens que são máscaras anónimas

Do teu rosto proibido;

A fome insatisfeita que senti

Era de ti,

Fome do instinto que não foi ouvido.



Agora retrocedo, leio os versos,

Conto as desilusões no rol do coração,

Recordo o pesadelo dos desejos,

Olho o deserto humano desolado,

E pergunto porquê, por que razão

Nas dunas do teu peito o vento passa

Sem tropeçar na graça

Do mais leve sinal da minha mão...

Miguel Torga (in «Poemas de Amor» selecção de Inês Pedrosa, D. Quixote)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Guia para Pais sobre Segurança na NET

Responsabilizando-se pelo acompanhamento dos seus filhos, os pais podem diminuir bastante os potenciais perigos de utilização da Internet. Apresentamos algumas sugestões a ter em conta, quer pelos pais quer pelos filhos:

Evite proporcionar informação de identificação, tal como o nome, direcção postal, direcção da escola ou número de telefone, em ambientes abertos (conversas em directo ou foros de discussão).

Antes de emitir esta informação através de correio electrónico assegure-se de que se trata de alguém que ambos (pai e criança) conhecem e tenham confiança.
Pense cuidadosamente antes de relevar informação como a idade, estado civil ou informação financeira.
Não afixe fotografias das crianças em locais da Web disponíveis ao grande público.
Considere utilizar um pseudónimo e previna o seus filhos para nunca dar o seu nome e apelidos. Evite também alistar o seu nome e endereço electrónico em todos os portais públicos.
Não permita que uma criança marque uma reunião presencial com outro utilizador da rede sem a sua permissão. Se esta se vier a realizar, deve ser efectuada num lugar público e na sua companhia.
Nunca responda a mensagens insinuantes, obscenas, agressivas, que sugiram fins menos lícitos ou que lhe causem incómodo. Incentive as crianças a comunicar-lhe se encontrarem mensagens deste tipo.

Informe os seus filhos que não devem abrir nenhum endereço Internet associado a uma mensagem electrónica, caso provenha de pessoas ou organizações desconhecidas.
Estas ligações podem conduzir a locais inadequados ou accionar programas que contenham vírus informáticos.
Se alguém enviar para os seus filhos mensagem ou imagens obscenas, imorais ou indecentes, com a intenção de molestar, abusar, maltratar, ou de o tornar meio de transmissão.

Se não conseguir terminar com este problema pela simples opção de não responder e ignorar estes "ataques", recomendamos que comunique estes acontecimentos aos
serviços nacionais vocacionadas para a protecção das crianças ou para a esquadra da Polícia de Segurança Pública mais próxima de sua casa.
Recorde que as pessoas em linha nem sempre são o que parecem.

Como a maior parte dos serviços não nos permite ver ou mesmo ouvir as pessoas que connosco interagem é muito fácil que alguém deturpe a sua verdadeira identidade.
Assim, uma pessoa que diz ser uma rapariga de 15 anos, pode ser na realidade um homem de 45.

Nem tudo o que lemos na Internet é necessariamente verdadeiro.
Qualquer proposta ou oferta que seja "demasiado boa para ser real" é provavelmente falsa. Tenha muito cuidado com iniciativas que solicitem a sua presença em reuniões, que pretendam a visita de alguém a sua casa ou que lhe façam facultar informações pessoais.
Estabeleça limites e regras razoáveis às crianças acerca da utilização do computador e da Internet.

Discuta estes aspectos com elas e coloque-as bem perto para funcionarem como lembrança. Supervisione o cumprimento destes limites, especialmente o tempo que passam nestas actividades.
O uso excessivo da Internet por uma criança, particularmente à noite, é o indício de que pode haver um problema potencialmente latente.
Os computadores pessoais e a Internet não devem ser encarados pelos pais como baby-sitter electrónicos.

Faça das suas actividades na Internet uma experiência familiar (sobre este tema, recomendamos a leitura do Livro "A Família em Rede" de Seymour Papert; Edição Relógio d'Água).
Ponha o computador na sala de estar, ou numa sala frequentemente utilizada por toda a família, e trabalhe amiúde com os seus filhos.
Conheça todos os seus amigos e principalmente os seus "amigos online".
Conheça os serviços que o seu filho utiliza, por exemplo, que canais frequenta nas conversas em directo e que tipo de temas se discutem ali.

Se não sabe como funcionam faça com que ele, ou outra pessoa, lhe mostre como se utilizam.
Tenha presente que, mesmo que instale ou contrate um serviço de supervisão e controlo de conteúdos, nem o melhor programa de monitorização de informação pode substituir a presença e orientação de um adulto.


Adaptado da brochura "Child Safety on the Information Highway" de Lawrence J. Magid do National Center for Missing and Exploited Children.
In
www.minerva.uevora.pt/internet-segura/

8 de Fevereiro: Dia Europeu da Internet Segura


A comunicação e a publicação de informação na Internet não é supervisionada por nenhuma entidade. A maior parte dos seus serviços encontra-se à disposição dos utilizadores (entre eles, os mais jovens) sem qualquer restrição ou controlo.
Pensar que a Internet não encerra perigos ou que estes só afectam os outros é assumir uma atitude distante e pouco informada. Por outro lado, adoptar visões alarmistas só ajuda a ocultar a realidade.

Tomar consciência dos riscos, estar informado de como os prevenir ou minimizar, orientar as actividades das crianças e adolescentes na Internet, podem ser as chaves para garantir uma utilização em segurança.

Como já referimos, existem alguns riscos para as crianças que usam a Internet. Contudo, os jovens (adolescentes) estão particularmente em risco porque frequentemente utilizam o computador sem supervisão familiar e porque é mais provável que visualizem páginas ou participem em conversas em linha relacionadas com actividades sexuais.

Alguns dos riscos são:

1) Exposição a material inapropriado
Um dos riscos é que a criança fique exposta a material inapropriado de índole sexual ou de natureza violenta, ou que a incentive a realizar actividades que são perigosas ou ilegais. Podem, além disso, encontrar inadvertidamente informação que seja degradante ou ofensiva.
2) Abuso físico
Outro risco é que, enquanto em linha, uma criança pode fornecer informação ou proporcionar encontros que ponham em causa a sua segurança ou a de outros membros da sua família. Em alguns casos, os pedófilos usaram o correio electrónico e os grupos de conversação em directo para ganhar a confiança de uma criança e conseguir uma reunião face-a-face.
Pedofilia: Saber, compreender, actuar!Da Internet ao mundo da pedofilia

3) Abuso legal e financeiro
Um terceiro risco pode ter a ver com consequências negativas do ponto de vista legal e financeiro, devido ao facto de uma criança ou jovem fornecer o número do cartão de crédito de um familiar ou fazer algo que viole os direitos de outra pessoa. Às crianças, devem ser ensinadas as principais regras de segurança na Internet e os princípios da "Netiqueta" (etiqueta da rede) e formas de evitar ser indelicado, mesquinho ou ofensivo.

INTERNET: Mais de metade dos adolescentes portugueses usam a net sem supervisão dos pais - estudo


Mais de metade dos adolescentes portugueses (67 por cento) utilizam a Internet sem qualquer supervisão por parte dos pais, indica um estudo realizado pela Microsot a nível europeu divulgado hoje. No estudo, que contou com a participação de 2.787 jovens portugueses, com idades entre 14 e 18 anos, é analisada a importância das redes sociais nos hábitos e atitudes dos adolescentes europeus e surge no âmbito do Dia Europeu da Segurança na Internet (terça-feira) com o objectivo de alertar os jovens, pais e professores para uma utilização segura da Internet.O director-geral da Microsoft em Portugal, Nuno Duarte, considera que "a geração web actual vive cada vez mais na área digital". "O aparecimento dos meios sociais contribuiu para que os jovens se tornassem utilizadores sofisticados da web, mas continuam a precisar de ajuda e orientação para fazer face a problemas emergentes, tais como o 'bullying' (assédio) online", justifica.Setenta e três por cento dos adolescentes portugueses afirmam estar cientes do 'perigo de estranhos' na Internet e como se proteger, mas o número crescente de vítimas de "bullying" online a nível internacional sugere um longo caminho a percorrer.Os adolescentes nos países nórdicos, em particular, estão a sofrer nas mãos de utilizadores mais perigosos na Internet.Metade dos inquiridos na Noruega foi vítima de "bullying", tal como 45 por cento na Dinamarca.Em contraste, 90 por cento dos adolescentes italianos e 87 por cento dos jovens espanhóis e portugueses afirmam nunca ter sido vítima de problemas desta natureza online.O estudo revela ainda que os adolescentes europeus relatam poucas restrições à utilização da Internet, indicando que 51 por cento navegam sem qualquer supervisão parental.Quase um quarto (22 por cento) dos adolescentes europeus continua a não utilizar definições de privacidade para restringir o acesso geral às suas informações pessoais, enquanto 27 por cento apenas as usa ocasionalmente.Os adolescentes espanhóis (45 por cento) são os mais permissivos em termos de partilha das suas informações pessoais, enquanto a maioria dos adolescentes portugueses (62 por cento) e dinamarqueses (59 por cento) é mais cuidadosa no bloqueio do acesso aos seus dados pessoais por parte de estranhos.Na Suíça e na Finlândia, 46 por cento publicam regularmente fotografias pessoais online.Para comemorar o Dia Europeu da Internet Segura, a Microsoft Portugal, em parceria com a Associação de Empresários pela Inclusão Social (EPIS), promove terça-feira em escolas uma acção nacional de voluntariado para sensibilização sobre o tema da "Segurança na Internet".

Lusa(10-02-2009)

Benefícios e riscos do uso da INTERNET

A Internet é um lugar fantástico onde podes falar com gente de todo o mundo e fazer novos amigos, aprender coisas sobre determinados assuntos e passar momentos divertidos. Mas, para poderes beneficiar de todas as vantagens da Internet, é fundamental que a utilizes em segurança, sendo importante que:


- tomes consciência que o computador é uma ferramenta que serve para comunicar de uma maneira positiva;
- saibas distinguir entre os conteúdos recomendáveis e não recomendáveis; - tenhas consciência de que na Internet há pessoas de todo tipo, como em qualquer outro lugar;
- saibas reagir de maneira responsável e resolver possíveis situações de risco.

De acordo com os técnicos da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a Internet é um dos veículos mais utilizados pelos pedófilos. Por isso, é preciso muita atenção.

Os predadores online estabelecem contacto com crianças através de conversas em salas de chat, mensagens instantâneas, correio electrónico, ou fóruns de debate.
Muitos adolescentes recorrem a fóruns online de apoio para lidar com os seus problemas.
Os predadores visitam estas áreas online com frequência, para procurar vítimas vulneráveis.

Gradualmente, os predadores online tentam seduzir os seus alvos através da atenção prestada, do afecto, da simpatia e mesmo de presentes; muitas vezes, despendem bastante tempo, dinheiro e energia neste esforço de aproximação.
Estão a par das músicas e dos passatempos mais recentes, que provavelmente despertam o interesse das crianças. Ouvem os problemas das crianças e mostram empatia com elas.
Para tentar diminuir as inibições dos jovens, gradualmente vão introduzindo conteúdos sexuais nas conversas, ou mostram-lhes material sexualmente explícito.

Por exemplo, um guia do Departamento Federal de Investigações (FBI), dos Estados Unidos, alerta contra pessoas que imediatamente começam a falar sobre sexo. Também avisa sobre aqueles que “aos poucos seduzem as vítimas por serem afectuosos, bondosos, por darem atenção e até mesmo presentes”.

Descrevendo métodos específicos dos predadores, esse guia diz: “Eles escutam e mostram-se preocupados com os problemas da criança. Estão a par de seus interesses, passatempos e dos lançamentos musicais. O seu objectivo é aos poucos diminuir a inibição delas por gradualmente introduzir matéria e assuntos sexuais na conversa.”

Uma das ciladas das salas de chat é dar a impressão de que é mais fácil comunicar-se na internet do que com os membros da família.
Os seus colegas da internet talvez pareçam interessados nas suas opiniões e em expressar abertamente os seus sentimentos.
Os membros da sua família, por outro lado, talvez pareçam estar muito ocupados para ouvir as suas preocupações e talvez achem difícil expressar-se abertamente.

Alguns predadores adoptam um modo de actuação mais rápido do que outros e encetam de imediato conversas de teor sexualmente explícito.
Esta abordagem mais directa pode incluir assédio, podendo também o predador começar a perseguir a sua vítima.
Os predadores também podem avaliar as crianças que conhecem online, para posterior contacto pessoal...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Visita de Estudo - Lisboa - 9ºano

Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente
in Auditório do Colégio S. João de Brito - Lisboa
Almoço

Visita ao Museu do Oriente

O Museu do Oriente define-se como uma unidade museológica permanente, aberta ao público, tutelada pela Fundação Oriente, tendo por missão a valorização dos testemunhos quer da presença portuguesa na Ásia quer das distintas culturas asiáticas.
Trata-se de um museu de âmbito territorial internacional e de carácter transdisciplinar, que procura, através do cruzamento de pontos de vista emergentes dos campos temáticos da História, da Arte e da Antropologia, proporcionar aos Portugueses e aos que nos visitam uma memória viva e actuante das culturas asiáticas e da relação secular que foi estabelecida entre o Oriente e o Ocidente, principalmente através de Portugal.
A esses campos temáticos corresponde um diversificado património cultural de interesse histórico, artístico, documental, etnográfico e antropológico relacionado tanto com a cultura popular e as religiões orientais como com os mais variados aspectos da presença portuguesa na Ásia ao longo de cinco séculos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Ano do Coelho

No dia 3 de Fevereiro, começou um novo ano chinês, o ano do Coelho, que se caracteriza por articulação, ambição, controle, afeição, cooperação, amizade e sentimentalismo. Este ano terminará a 22 de Janeiro de 2012.

O Coelho é o quarto signo do Zodíaco Chinês e é um símbolo de sorte.

As comemorações do Novo Ano Chinês também se designam por "Spring Festival" e são o mais importante evento na cultura chinesa. Estas festividades começam no 1º dia do mês lunar e terminam no 15º. São dias muito significativos para os Chineses, em que as famílias se reúnem. Grande parte da população chinesa tem, durante estas comemorações, 7 dias de descanso.

Imagem trazida do Museu do Oriente- Lisboa

Curiosidades:
No primeiro dia do novo ano, normalmente visitam-se os amigos e os vizinhos.
Esta época - entre o primeiro e o sétimo dia do novo ano - é feriado na China, em Hong Kong, em Macau, em Taiwan, na Malásia, em Singapura e no Vietname.
Mantém-se o ancestral costume de limpar a casa, porque o pó se associa ao que é velho, pelo que a limpeza abre espaço para o novo. Estas limpezas são feitas com alegria e esperança no novo ano.
À porta das casas são penduradas linhas de versos, normalmente em número par, símbolos de boa sorte. São quase sempre vermelhas, cor da propsperidade, expressando bons desejos.

Na passagem de ano, os Chineses gostam de se reunir em praças públicas onde exista um sino, fazem em conjunto a contagem descrescente e celebram com o primeiro toque. Também é frequente que se desloquem para templos nas montanhas.
É suposto que passem essa noite acordados ou que se deitem muito tarde. É um momento propício para o convívio entre familiares e amigos. As refeições são abundantes, os pratos variam de região para região.

Um costume igualmente importante são os fogos de artifício, mas actualmente proibidos por lei em algumas zonas, por razões de segurança.
No primeiro dia do ano, todos devem usar roupas novas.

Os mais jovens devem visitar os mais velhos, as famílias visitam-se mutuamente (essas visitas chegam a prolongar-se por semanas).
Os votos trocados são sobretudo de boa sorte e felicidade.
Para saber mais, vide Wikipedia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A situação no Egipto




imagens retiradas da internet - infografias Sapo Notícias

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Deus é amor! Para reflectir...


Uma antiga lenda conta que, em tempos remotos, quando os seres humanos viviam completamente esquecidos de Deus, ele fez cair do céu uma moeda de ouro que trazia o seu nome, para que as pessoas, decifrando-a, se lembrassem dele. Mas o lodo e a longa permanência na terra estragaram a moeda, que se tornou quase indecifrável e ilegível.


Os vários povos, porém, tentaram repetidas vezes traduzir as suas palavras. Até que finalmente pareceu-lhes haver entendido alguma coisa.


O povo hebreu leu nela: "Deus é majestade infinita e poderosa; o seu nome é indizível; se ele fala, morreremos; se nos olha, nos fulmina. Ele é o Terror".


O povo grego decifrou: "Deus é beleza e sabedoria. Tudo o que de belo está espalhado no universo, tudo o que de alto concebe a mente humana é um reflexo de sua beleza e sabedoria. Ele é o Belo e o Verdadeiro".


O povo romano, habituado ao uso das armas e ao domínio do mundo, interpretou assim a escrita da moeda: "Deus é força, justiça e poder".


Mas um pescador da Galileia, João, filho de Zebedeu, depois de ter lavado a moeda no sangue de um galileu condenado a morrer na cruz, leu nela com extrema facilidade e precisão: "Deus é amor".


Do livro: Falemos de amor - Paulinas

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Tibete


O Tibete é hoje uma província incorporada à República Popular da China, considerada por esta como "região autónoma".

Possui uma área de aproximadamente 1,2 milhões de quilómetros quadrados (com uma pequena parte, ainda a ser definida, de controle e domínio da Índia). Taiwan (República da China) também reivindica o domínio total da região.

Sobre a questão da soberania tibetana, o governo da República Popular da China e o governo do Tibete em exílio discordam quanto à legitimidade de sua incorporação pela China.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Clube de Cinema

Filmes do 1º Período:

Billy Elliot




Marley e eu

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Estudantes não conseguem descrever raciocínios e explicar estratégias

Estudo do Ministério da Educação revela que alunos do 8.º ao 12.º anos, de 1700 escolas, têm dificuldades em articular conceitos, utilizar uma linguagem rigorosa, interpretar informação e resolver exercícios complexos.

As dificuldades são várias e de diversa ordem. O Relatório 2010 do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) põe a nu a falta de preparação de alunos do 8.º ao 12.º anos de escolaridade. O estudo começou no ano lectivo de 2005/2006 e incidiu nas disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia.
Os testes foram aplicados em 500 escolas secundárias e em 1200 estabelecimentos de ensino com o 3.º ciclo. Expressar por escrito os conhecimentos adquiridos nas aulas, explicar um raciocínio com lógica, articular conceitos, resolver exercícios mais complexos, estruturar um texto encadeado, usar uma linguagem rigorosa, interpretar um texto poético são dificuldades detectadas nesse estudo que o jornal i deu a conhecer no último dia de 2010.
Os alunos do Secundário têm dificuldades em justificar as estratégias adoptadas para explicar as respostas, descrever raciocínios, usar uma linguagem rigorosa e construir um texto com ideias próprias. E não só. Interligar conceitos, recorrer a estratégias menos treinadas nas salas de aula, apresentar raciocínios demonstrativos são também algumas fragilidades detectadas nos estudantes do 10.º ao 12.º anos.
No 3.º ciclo, os alunos revelam dificuldades em resolver exercícios que não sejam básicos, em utilizar a língua de uma forma correcta, em construir frases e textos coerentes e em definir estratégias para chegar à solução de um exercício matemático. E os erros repetem-se. Nos últimos dois anos, as falhas mantêm-se e, por isso, o GAVE aconselha toda a comunidade educativa, pais e encarregados de educação incluídos, a analisar a situação e a não esquecer as estratégias recomendadas.
A equipa do Ministério da Educação (ME) deixa algumas recomendações perante a realidade que encontrou. Na Matemática do 8.º e 9.º anos, a principal lacuna dos alunos passa por solucionar exercícios que exigem várias etapas, interpretar e definir uma estratégia. Por isso, os técnicos recomendam que os professores insistam em exercícios repetitivos para que os conceitos sejam assimilados.
Na Língua Portuguesa do 9.º ano, verificou-se que apenas 11% dos alunos conseguiram transformar uma frase passiva numa activa e apenas 26% identificaram as classes das palavras. Além disso, 47% dos estudantes não conseguiram interpretar um texto poético. Treinar metodologias para elaborar um texto, não descurar a parte gramatical nem o ensino da poesia são algumas das recomendações.
Em Biologia/Geologia do 10.º e 11.º anos, o recomendado é insistir na utilização de raciocínios que impliquem causa-efeito, até porque os estudantes têm dificuldades em articular a informação dos textos com os seus próprios conhecimentos, em construir textos com rigor científico e usar linguagem adequada. Em Física/Química A, do 10.º e 11.º anos, detectaram-se dificuldades em usar uma calculadora para resolver problemas simples, interpretar a informação das provas e ainda expressar conhecimentos por escrito. Incentivar os alunos a comunicar as suas ideias por escrito é um dos conselhos.
Nos mapas divulgados pelo i, os melhores alunos estão entre Cantanhede e Penacova, que engloba os concelhos de Coimbra, Condeixa, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua e Soure. O arquipélago da Madeira situa-se do lado oposto, com médias muito baixas. O Baixo Mondego apresenta, no estudo do GAVE, as melhores notas a Matemática do 3.º ciclo e Secundário e a Língua Portuguesa do 3.º ciclo. Nesta disciplina, as médias mais baixas registam-se na Madeira, mas no Algarve, Alto Alentejo e Tâmega as médias não ultrapassaram os 50%. O Baixo Mondego lidera as melhores notas, seguindo-se o Grande Porto, a Grande Lisboa, Baixo Vouga, com uma percentagem entre os 54% e os 56%. O Alto Alentejo é a região do país com as médias mais negativas a Matemática A, do Secundário, entre 8 e 8,5 valores. A Madeira também tem uma média negativa, de 8,5 a 9 valores. As melhores classificações nesta disciplina estão no Baixo Mondego e na região de Dão-Lafões, que integra municípios como Castro Daire, Nelas, Tondela e Vila Nova de Paiva. O Alentejo e Algarve têm uma média entre 9,5 e 10 valores. O Baixo Mondego também está à frente nas melhores notas a Matemática do 3.º ciclo, seguindo-se zonas como o Grande Porto e Baixo Vouga. Entre 45% e 52% estão diversas regiões, como o Algarve, Bragança e Trás-os-Montes e praticamente todo o Alentejo, excluindo a parte litoral, que tem uma média ligeiramente superior, ou seja, entre 50% e 52%.
Computador versus caneta Alexandre Costa, professor de Físico-Química na Secundária de Loulé, professor do ano de 2010, refere que a dificuldade em articular conceitos e em utilizar uma linguagem rigorosa tem a ver com o contexto social em que os jovens crescem e que "também enferma do mesmo problema". Há vários exemplos. "A nossa linguagem corrente incorporou expressões que são erróneas do ponto de vista científico. Existem situações muito simples de falta de rigor, como aquelas em que muitos portugueses pedem 'trezentas gramas de fiambre' em vez de 'trezentos gramas de fiambre. Dizem 'quilos' em vez de 'quilogramas', 'quilómetros hora' em vez de 'quilómetros por hora' ou 'euros mês' em vez de 'euros por mês'". O modo como a população se expressa também pode ser um problema. "Situações mais complexas são aquelas em que o termo científico nem sequer é de uso corrente. Por exemplo, quando um carro se move a grande velocidade, muitas pessoas dizem que vai 'com muita força', pois pensam sobretudo nas consequências de um eventual impacto. A expressão adequada para esta situação seria dizer que a viatura possui 'um grande momento linear' ou, mais simplesmente, 'um grande momento". "Ao nível institucional, sobretudo no Ensino Básico, a falta de rigor é muitas vezes desculpabilizada com o argumento de ser a única forma de atingir o sucesso dos alunos. Este posicionamento, embora discutível, pois passa pelo abaixamento do nível de ensino em vez de uma melhoria das práticas, existe ainda em muitas das escolas portuguesas, apesar de uma cada vez maior facilidade regulamentada no sentido da promoção do sucesso dos alunos."Alexandre Costa refere que na abordagem compreensiva das disciplinas que lecciona é necessário tudo aquilo que o GAVE afirma que os alunos não possuem como, por exemplo, capacidade de interpretação de textos e de situações complexas e de resolver problemas reais em casos nunca antes vistos. "E isto, perdoem-me, mas não é para todos. Mas tem de ser requerido aos melhores, se queremos que Portugal continue a gerar massa crítica", comenta. "Nesse sentido, o GAVE está a trabalhar bem, mostrando às escolas onde está a 'bitola' que tem de ser atingida nos cursos científico-humanísticos do Ensino Secundário - e também, em meu entender, no Ensino Básico, embora aqui não exista ainda o reencaminhamento necessário".
Para o professor não se pode confundir os resultados do último PISA com os dados agora revelados pelo ME. Na sua opinião, não há incongruências. "O estudo PISA é um estudo de literacia e numeracia. Indica a qualidade de preparação que um jovem de 15 anos recebe para a cidadania". E acrescenta: "Existem pessoas que dizem que os testes de PISA 'não aferem conhecimento, porque são demasiado fáceis'. Mais uma vez a questão é falaciosa, pois o estudo de PISA não é um exame nacional e não pretende aferir verdadeiro conhecimento académico, mas sim a preparação para a cidadania e para o desempenho desta".
Ana Maria Soares, professora de Português do 3.º ciclo, nota diferenças e elenca dificuldades. "Os alunos que mais lêem, que mais se interessam pela leitura, têm mais facilidades de aprendizagem. Os que estão mais agarrados à parte informática, aos computadores, têm mais dificuldades de escrita", adianta. "Há muitos alunos que só escrevem na escola", acrescenta. Ou seja, muitas vezes, a caneta e o lápis só são utilizados nas salas de aula, uma vez que em casa é o computador que impera. O meio envolvente, a linguagem utilizada em casa e as conversas com os colegas interferem nessas dificuldades. "Muitas vezes, perguntam-no: 'ó professor, o que quer dizer isto?' e são palavras simples".Dificuldades no vocabulário e na articulação de ideias. Ana Soares diz que essas lacunas são sentidas na sala de aula. Na sua opinião, o Plano Nacional de Leitura é uma boa iniciativa, bem como o concurso nacional de leitura que obriga os alunos a lerem três obras e a fazerem um teste sobre esses textos. "Na educação, o benefício sobre qualquer medida só é sentido passados 10 anos", comenta. "Professora, se eu soubesse que era isso o que se pedia tinha acertado na resposta."
Filomena Coelho, professora de Matemática do Ensino Secundário, conta que já ouviu esta frase muitas vezes. Na sua perspectiva, são várias as dificuldades na aprendizagem da disciplina dos números, desde logo, um vocabulário da língua portuguesa muito restrito que se reflecte na interpretação de textos, tendo em vista a tradução para a linguagem matemática. Há ainda dificuldades na concentração e atenção. "As aulas de 90 minutos vêm comprovar que o aluno só consegue concentrar-se na primeira fase da aula", refere a docente. E há ainda problemas detectados na fase operatória, de passar do concreto para o abstracto. O que se pode fazer para atenuar as dificuldades? Filomena Coelho defende que os alunos têm de ler mais, que o tempo de aulas devia ser reduzido para 50 ou 60 minutos, que as famílias devem dar apoio no trabalho individual e que os estudantes deviam recorrer mais a jogos de raciocínio e de dedução indutiva como, por exemplo, o xadrez.
Sara R. Oliveira 2011-01-05
in educare.pt

sábado, 1 de janeiro de 2011

Religiões do mundo

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Igrejas em três dimensões

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