Iniciamos, de novo a Quaresma como tempo forte do Ano Litúrgico, que nos centra em Cristo como nossa vida e nossa meta, nos faz sentir Igreja e nos abre as portas do coração aos irmãos, particularmente aos mais pobres.
1. Caminho para Cristo
Dentro dos objetivos do Plano Pastoral da Diocese, destacamos a necessidade do encontro pessoal com Cristo, como dinamismo transformador da nossa vida pessoal, familiar e comunitária.
Envolvidos como andamos em tantas atividades eclesiais e ações pastorais, pode facilmente ficar na sombra a centralidade de Jesus Cristo na nossa vida e a mais autêntica verdade segundo a qual ser cristão é viver em Cristo e aceitar que Cristo viva em nós.
Envolvidos como andamos em tantas atividades eclesiais e ações pastorais, pode facilmente ficar na sombra a centralidade de Jesus Cristo na nossa vida e a mais autêntica verdade segundo a qual ser cristão é viver em Cristo e aceitar que Cristo viva em nós.
O encontro pessoal com Cristo, caraterizado pelo conhecimento, amizade, partilha, confiança e compromisso, manifesta-se na comunhão de vida, realização do maior desejo de Deus.
Este encontro supõe um caminho interior de acolhimento de Cristo no coração e uma disponibilidade para ir ao seu encontro e para permanecer com Ele. A escuta da Palavra de Deus na lectio divina, de acordo com a proposta apresentada oportunamente a toda a Diocese, a oração silenciosa e a meditação são os meios que havemos de usar intensamente para realizar este caminho para Cristo.
2. Caminho em Igreja
A Quaresma, como tempo de retiro espiritual dos cristãos, leva-nos a caminhar ao encontro de Cristo, em Igreja.
A dimensão comunitária e eclesial é essencial ao nosso modo de ser cristãos, pelo que havemos de trabalhar para ser plenamente membros da Igreja, integrados, participativos, ativos.
O amor à Igreja, Povo de Deus, nas suas diversas formas de realização, é amor a Cristo nos irmãos, que constituem o seu corpo. A paróquia, a unidade pastoral, o arciprestado, a diocese na comunhão universal de todos os discípulos de Cristo, constituem os lugares de realização da nossa condição de Povo em caminho.
Num tempo de forte marca individualista e de difícil envolvimento comunitário, somos convidados a trabalhar para progredir no sentido da pertença eclesial: sentir que sou da Igreja e que a Igreja também é minha.
A participação nos exercícios de piedade popular que fazem parte da tradição multisecular da Igreja, e de forma mais assídua e profunda na sagrada liturgia, ajudar-nos-á a caminhar para Cristo em Igreja.
3. Caminho com os pobres
O Papa Francisco escolheu como lema da sua mensagem das Quaresma a seguinte frase bíblica: “Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza” (cf. 2 Cor 8, 9). Com a sua reflexão e proposta recorda-nos um outro aspeto essencial da vida cristã: não podemos caminhar para Cristo, em Igreja, sem uma atenção especial aos outros, particularmente aos mais pobres, os prediletos de Jesus.
A renúncia e a partilha, juntamente com as ações de solidariedade e caridade exprimem a verdade da conversão do coração ao amor de Deus e dos irmãos.
São inúmeras as pessoas e situações de pobreza entre nós. Gostaríamos de socorrê-las a todas com palavras e gestos de amor e com o auxílio material necessário. Cada comunidade dê especial atenção aos seus pobres nesta Quaresma.
A Renúncia Quaresmal de 2014 deste ano destina-se ao Projeto Ergue-te, da Fundação Madre Sacramento das Irmãs Adoradoras, que lidera em Coimbra uma Estrutura de Emprego Protegido para mulheres que abandonam a prostituição.
Desejo a todos um renovado caminho para Cristo, em Igreja, na Quaresma, e uma santa Páscoa no Senhor Ressuscitado.
O vosso bispo
Virgílio Antunes
Publicado em terça, 04 março 2014 15:40, in Amicor, retirado daqui
Sem comentários:
Enviar um comentário