terça-feira, 22 de março de 2011

"Água mata mais que guerras"

Mais de metade das camas dos hospitais no mundo estão ocupadas por doentes que beberam má água.

A cada segundo, uma criança morre na sequência de doenças causadas pela má qualidade da água. Por ano, isto significa que todos os anos, 1,8 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por causa da água que bebem. Repetimos: da água que bebem. A água, esse líquido fundamental à sobrevivência de todos nós, é também o veneno que milhões de pessoas ingerem no mundo inteiro.
Mas não são só as crianças que sofrem com a má qualidade da água. De acordo com dados fornecidos ao Diário Económico pelo Programa do Ambiente das Nações Unidas (UNEP), mais de metade das camas dos hospitais no mundo inteiro estão ocupadas por pessoas cujas doenças são originadas por água contaminada.
E morrem mais pessoas pela água que bebem do que por qualquer outra forma de violência: incluindo as guerras.
Então, por que razão não é a água notícia?, pergunta o Director Executivo da
UNEP, em artigo escrito para o Diário Económico sobre o Dia Mundial da Água.
As razões para se falar desse assunto seriam óbvias:
grande parte do globo terrestre não tem acesso a água de qualidade. Todos os anos, mais de dois milhões de toneladas de esgotos são deitados ao mar sem qualquer tratamento. E o crescimento das áreas urbanas apenas vai piorar essa situação. Prevê-se que em 2050 a população mundial seja de nove mil milhões de pessoas. Grande parte viverá em cidades sem infraestruturas de apoio como tratamento de esgotos ou saneamento básico. E o que acontecerá então? Que futuro se está hoje a criar?
É isso que as Nações Unidas querem questionar neste Dia Mundial da Água, comemorado hoje, dia 22 de Março e cujo tema este ano é "Água potável para um mundo saudável".
Em Portugal, o estado da água é razoável. Apesar do risco que vai ser, no futuro, a falta de água no nosso território. Na verdade, um terço do nosso país corre o risco de não ter "ouro azul" suficiente dentro de 50 anos.

A falta de água em Portugal pode já começar a ser combatida. Apesar deste combate nunca ser "absoluto", como disse ao Diário Económico Orlando Borges, presidente do Instituto Nacional da Água (INAG), que deixa alguns conselhos para minimizar essa escassez e reduzir o "risco da sua ocorrência, como por exemplo o ordenamento do território, o tratamento adequado das águas residuais, melhores práticas agrícolas, adopção de medidas de incentivo ao uso eficiente da água e ainda o aproveitamento individualizado da água das chuvas."
A qualidade da água em Portugal não é das piores, "existindo frequentemente resultados bons e maus, em função das regiões do país", afirma Miguel Leal, da empresa Bio3, que acrescenta que uma das piores regiões é, precisamente, Lisboa e Vale do Tejo.
Hélder Spínola, da Quercus, analisa os dados do INAG sobre águas superficiais: "Em 2008, para além de 38% dos locais monitorizados apresentarem má qualidade, apenas 28% possuía qualidade boa", diz.
As doenças provocadas pela falta de qualidade da água em Portugal, no entanto, já não são as mesmas de há 50 anos.
Apesar de ainda não estar comprovada a ligação directa entre algumas doenças e águas subterrâneas contaminadas por pesticidas provenientes da agricultura existentes em poços, por exemplo. A hepatite e a legionela são algumas das doenças cujo vírus se pode espalhar através da água, disse ao Diário Económico Paulo Diegues, responsável pela divisão de Saúde Ambiental da Direcção Geral de Saúde, que destaca a qualidade das águas de consumo humano em Portugal, a que tem acesso 93% da população. "Houve uma evolução muito considerável no que respeita à distribuição e tratamento das águas em Portugal. Hoje estamos na linha da frente em muitos aspectos".
in Sapo, por Irina Marcelino.

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