sábado, 18 de fevereiro de 2017

«A ética é mais importante do que a religião», diz Sua Santidade o Dalai Lama


Sua Santidade o Dalai Lama, de 81 anos, é um dos principais líderes religiosos do mundo. No entanto, diz que a ética é mais importante do que a religião.

 Franz Alt, em Selecções do Reader's Digest, 2 de julho de 2015

USA SANDÁLIAS COMUNS, e o sorriso que lhe ilumina o rosto é prazenteiro. Tenzin Gyatso, o 14.º Dalai Lama, e eu já nos encontrámos mais de 30 vezes nos últimos 33 anos, e raramente entrevistei alguém tão empático. Ninguém ri mais do que ele. Segundo inquéritos, é a pessoa do mundo de quem mais gente gosta. A notícia não surpreende. «Não conheço nenhum inimigo», disse-me há mais de 20 anos. «Mas há pessoas que não conheço ainda.»

Apesar de a ocupação chinesa o ter for­çado a viver fora do Tibete desde 1959, não sente ódio pela China nem pelos seus líderes. Pelo contrário. «Claro que rezo pelos líderes comunistas em Pe­quim», afirma. Apesar da sua idade, o Dalai Lama acredita que ainda viverá o bastante para ver a resolução do con­flito que opõe a China ao seu Tibete natal.
Nos últimos anos, o Dalai Lama tem apelado cada vez mais insistentemente a uma ética que transcende a religião. Hoje, aos 80 anos, proclama uma visão que é seguramente original para um líder religioso: «A ética é mais importante do que a religião», afirma. «Não chegamos a este mundo como mem­bros desta ou daquela religião. Mas a ética é inata.»
Uma das suas principais certezas é a de que todos os seres humanos são iguais no que respeita à busca pela fe­licidade e ao desejo de evitar o sofri­mento.

Franz Alt: Depois do ataque terrorista em Paris, disse: «Há dias em que creio que seria melhor não existirem religi­ões!» O que pretendia dizer com isto?

Dalai Lama: É claro que o conhecimento e a prática da religião tem sido muito útil, mas atualmente já não basta, como mostram com cada vez maior clareza vários exemplos em todo o mundo. Isto é verdade para todas as religiões, incluindo o cristianismo e o budismo. Já se travaram guerras em nome da religião, inclusivamente «guerras santas». As religiões foram e continuam a ser intolerantes. É por isso que digo que no século XXI pre­cisamos de uma nova ética que trans­cenda as religiões. Mais importante do que a religião é a nossa espiritua­lidade humana elementar. É a predis­posição para o amor, para a bondade e para o afeto que todos possuímos, independentemente da religião que professamos. No meu ponto de vista, as pessoas podem viver sem religião, mas não conseguem viver sem valores, sem ética.

O que o leva a pensar que aquilo de que precisamos é de mais espiritua­lidade do que a que as religiões ditas tradicionais têm para oferecer?
Vivo há 56 anos no exílio, na Índia. É uma sociedade secular que vive se­gundo uma ética secular. Mahatma Gandhi era profundamente religioso, mas também possuía um espírito secu­lar. Tinha uma enorme admiração por Jesus e pelo pacifismo do Sermão da Montanha. É ele o meu modelo, por­que personificou a tolerância religiosa. Esta tolerância está profundamente enraizada na Índia. Com muito poucas exceções encontramos ali não apenas hindus, muçulmanos, cristãos e siques a viver em paz, mas também jainistas, budistas, judeus, agnósticos e ateus.
Sei que têm existido casos reiterados de violência pontual. Mas é errado fa­zer generalizações. No seu todo, a so­ciedade indiana é pacífica e harmo­niosa. Todas as confissões religiosas defendem o princípio indiano antigo da não violência, ahimsa, com o qual Gandhi teve tanto êxito político. É o alicerce da coexistência pacífica. Essa é uma ética prática secular que trans­cende todas as religiões. O mundo de hoje faria bem em imitá-lo!

Entre os seis mil milhões de «crentes» no mundo, são muitos os que não le­vam a sério a sua própria religião.
Infelizmente, entre esses seis mil mi­lhões estão muitas pessoas corruptas, que apenas perseguem os seus pró­prios interesses. Mas só existirá mais paz externa na Terra quando existir mais paz interna. E isto é verdade para todos os conflitos de hoje – na Ucrâ­nia, no Médio Oriente, no Afeganistão, na Nigéria. Em quase toda a parte, o fundamentalismo religioso é uma das causas da guerra. Sabemos muito bem que arriscar uma guerra nuclear seria comparável a um suicídio coletivo. Só isto mostra o quanto estamos depen­dentes uns dos outros.
A mais moderna investigação neu­robiológica recente sugere veemente­mente que os comportamentos altruís­tas são mais gratificantes que os egoís­tas. As pessoas não têm de ser egoístas: podem com a mesma facilidade ser altruístas e orientar as suas atividades para o bem-estar dos outros. O altruís-mo faz-nos mais felizes!
A felicidade não é apenas uma coin­cidência: é uma capacidade que todo e qualquer indivíduo tem à sua dispo­sição. Toda a gente pode ser ou tornar­-se feliz. A investigação moderna diz­-nos quais os fatores que influenciam a felicidade. Passo a passo, podemos transformar os fatores que militam contra a felicidade. Isto é verdade para a totalidade da sociedade. O objetivo de uma ética secular é libertar-nos do sofrimento imediato e a longo prazo e desenvolver a capacidade de apoiar os outros na busca da felicidade. Um dos aspetos da compaixão é a vontade es­pontânea de agir em prol do bem-estar dos outros.

Atribui uma grande importância à moderna investigação sobre o cérebro. Porquê?
O nosso cérebro é um órgão de apren­dizagem. A neuropsicologia diz-nos que podemos treinar o cérebro como treinamos os músculos. Desta forma, podemos ser destinatários conscientes do bom e do bem e, com isso, influen­ciar positivamente o nosso cérebro e ultrapassar o que é negativo. Com a ajuda da mente e do espírito, podemos mudar o nosso cérebro para melhor. Isto é um progresso revolucionário.
Graças a este progresso estamos agora mais seguros de que a ética, a compaixão e o comportamento social são coisas com as quais nascemos, enquanto a religião é algo que nos é incutido. A conclusão é que a ética é mais profunda e mais natural do que a religião.

Que perguntas devemos fazer-nos para desenvolver ainda mais a nossa capacidade de compaixão? 
Temos uma mente aberta ou fechada? Estamos a considerar a situação como um todo, ou a ver apenas um aspeto? Estamos a pensar e a agir holistica­mente? Olhamos genuinamente para as coisas com uma perspetiva de longo prazo, ou apenas de curto prazo? As nossas ações são verdadeiramente mo­tivadas por uma compaixão sincera? A nossa compaixão limita-se à família e aos amigos, porque nos conseguimos identificar com eles?
Precisamos de refletir, refletir, refle­tir. E de investigar, investigar, investi­gar. A ética tem principalmente que ver com a nossa condição espiritual, e não com a adesão formal a uma comu­nidade religiosa. Temos de ultrapassar as restrições autoimpostas e aprender a compreender as perspetivas dos ou­tros. No atual conflito da Ucrânia, isto significa que a Europa Oriental precisa da Europa Ocidental, e que a Europa Ocidental precisa da Europa Orien­tal. Por isso, falem uns com os outros! Percebam que vivemos numa época de globalização. O novo lema tem de ser: «Os vossos interesses são os nos­sos interesses.» O fundamentalismo é sempre prejudicial. As ideias de ontem não nos levam a lado nenhum. Espe­cialmente para as crianças, os adultos de amanhã, a ética é mais importante do que a religião.
As mudanças climáticas são outra coisa que apenas poderemos enfren­tar globalmente. Espero e rezo para que na próxima cimeira em Paris, da­qui a uns meses, esta verdade inegável produza finalmente resultados con­cretos. Egoísmo, nacionalismo e vio­lência são o caminho errado. A ques­tão mais importante para um mundo melhor é: «Como é que podemos aju­dar-nos uns aos outros?»

A cada dia fazemos desaparecer 150 espécies de plantas e animais, atira­mos para o ar 150 milhões de tone­ladas de gases com efeito de estufa. O que é que uma ética secular pode fazer para parar isto? 
Consciência, educação, respeito, tole­rância, preocupação e não violência. No último século fizemos enormes progressos em termos materiais. Tudo considerado, foi uma coisa boa. Mas este progresso também levou ao mal atroz que estamos a fazer ao ambiente. No século XXI temos de aprender, cul­tivar e aplicar valores interiores a todos os níveis.
Independentemente de acredi­tarmos ou não numa religião, todos temos em nós esta fonte de ética pri­mitiva, elementar, humana. Temos de cultivar esta fundação ética. Ajudar­-nos-á a preservar o ambiente. Isto é religião prática e ética prática.
Há duas formas de olhar para a na­tureza humana. Uma delas diz que, por natureza, os seres humanos são violentos, implacáveis e agressivos. A outra forma de ver é que somos na­turalmente sintonizados para a gene­rosidade, harmonia e viver em paz. Esta segunda forma é a minha. Desse modo, não considero a ética uma co­leção de mandamentos e proibições a que devamos aderir, mas um impulso natural interior, que nos inspira a pro­curar a felicidade e a satisfação para nós e para os outros. O desejo simples que me inspira é contribuir para o bem da humanidade e do mundo vivo.
A ética educacional, a partir de cerca dos 14 anos, é mais importante do que a religião. A educação muda tudo. As pessoas são capazes de aprender. Na Alemanha podemos ver isto pela queda do Muro de Berlim. Testemu­nhar aquilo foi para mim uma experiência inesquecível. Outro caso é o das políticas da União Europeia depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje, an­tigos inimigos trabalham juntos para construir e partilhar uma Europa pa­cífica. Por esse facto, a União Europeia até recebeu o Prémio Nobel da Paz. E muito bem!

O que pode cada um de nós fazer para tornar o mundo um lugar mais pací­fico e melhor? 
Se queremos fazer do mundo um lugar melhor, então também nós próprios temos de nos tornar melhores. Não há um caminho fácil. Primeiro que tudo temos de ver os nossos inimigos como seres humanos. No Sermão da Montanha, Jesus chama a isto «amar o teu inimigo». No nosso melhor in­teresse, devemos fazer tudo o que nos for possível para garantir que todos os seres vivos podem prosperar. Para isso, precisamos de ensinar o espírito e de educar o coração.
Depois de 1945, a União Europeia escolheu o caminho certo e garantiu a cooperação entre antigos inimigos. As­sim, os inimigos tornaram-se amigos. Isto só foi possível porque milhões de pessoas conscientemente deixaram de trilhar aquele caminho.
O verdadeiro inimigo é o inimigo interior, não o exterior. As inimizades externas nunca duram, e a inimizade entre China e Tibete não é exceção. Se respeitarmos os nossos inimigos, um dia eles poderão tornar-se nossos amigos.
É por isto que a minha adesão à não violência é inabalável. Essa é uma forma inteligente de amarmos os nos­sos inimigos. A meditação intensa diz­-nos que os inimigos podem tornar­-se os nossos melhores amigos. Desta forma, podemos atingir maior sereni­dade, maior compaixão e maior pers­picácia. Então teremos uma verdadeira hipótese de fazer do século XXI um sé­culo de paz, um século de diálogo e um século de humanidade responsável, preocupada e compassiva.
É nisto que tenho esperança, é para isto que rezo.


Dalai Lama: chegou a hora de uma espiritualidade e ética que estejam além da religião

Trecho do livro Beyond Religion (2011), em que o Dalai Lama explica sua proposta de ética secular -- que basicamente é a mesma aqui de nossa Ação para Felicidade, movimento do qual ele é o patrono:

«Apesar de avanços tremendos em tantas áreas, hoje há ainda grande sofrimento, e a humanidade continua a enfrentar dificuldades e problemas. Enquanto nas regiões mais prósperas do mundo as pessoas desfrutam de estilos de vida com consumo refinado, ainda há incontáveis milhões de pessoas cujas necessidades básicas não são atendidas. Com o fim da Guerra Fria, a ameaça da destruição nuclear global recuou, mas muitos continuam a enfrentar o sofrimento e tragédia de conflitos armados. Em muitas áreas também, pessoas têm que lidar com problemas ambientais que ameaçam seu sustento ou algo pior. Ao mesmo tempo, muitos outros estão lutando para sobreviver diante da desigualdade, corrupção e injustiça.

Esses problemas não se limitam aos países em desenvolvimento. Nos países mais ricos também há muitas dificuldades, incluindo problemas sociais amplamente disseminados: alcoolismo, abuso de drogas, violência doméstica, desagregação familiar. As pessoas estão preocupadas com seus filhos, sua educação e o que o mundo reserva para eles.

Agora também temos que reconhecer a possibilidade de que nós humanos estamos danificando o planeta de um modo que não terá mais volta, uma ameaça que cria ainda mais medo. E todas as pressões da vida moderna trazem junto estresse, ansiedade, depressão e cada vez mais solidão. Como resultado, em todos lugares que vou, as pessoas estão reclamando. Mesmo eu me pego reclamando de vez em quando!

É bem óbvio que alguma coisa está perigosamente faltando no modo como nós humanos estamos fazendo as coisas. Mas o que é que está faltando? O problema fundamental, acredito, é que em todos os níveis estamos dando atenção demais para os aspectos externos e materiais da vida, enquanto negligenciamos a ética moral e os valores internos.

Por valores internos me refiro às qualidades que todos apreciamos nos outros, e sobre os quais todos temos um instinto natural, herdado em nossa natureza biológica, como animais que sobrevivem e prosperam somente em um ambiente de cuidado com o outro, afeição e bom coração — em uma única palavra: compaixão.

A essência da compaixão é um desejo de aleviar o sofrimento dos outros e promover seu bem-estar. Esse é o princípio espiritual à partir do qual todos os outros valores internos positivos surgem. Todos nós apreciamos nos outros as qualidades internas da gentileza, paciência, tolerância, perdão e generosidade; e do mesmo modo todos temos aversão a expressões de ganância, maldade, ódio e intolerância. Então, a promoção ativa das qualidades internas positivas do coração humano, que surgem de nossa disposição interna em direção à compaixão, e o aprendizado sobre como combater nossas tendências mais destrutivas serão apreciados por todos. E os primeiros beneficiários de tal fortalecimento dos valores internos serão, sem dúvida, nós mesmos. Ignoramos nossas vidas interiores sob nosso próprio risco, e muitos dos maiores problemas que temos hoje no mundo são resultado de tal negligência.

Então, o que faremos? Para onde devemos nos voltar em busca de ajuda? A ciência, apesar de todos os benefícios que trouxe ao nosso mundo externo, ainda não forneceu o embasamento científico para o desenvolvimento das fundações da integridade pessoal — os valores humanos internos básicos que apreciamos nos outros e que, se cultivássemos em nós mesmos, seria ótimo.

Talvez precisemos buscar valores internos na religião, como as pessoas têm feito por milênios? Certamente a religião ajudou milhões de pessoas no passado, ajuda milhões hoje e continuará a ajudar milhões no futuro. Mas, apesar de todos os benefícios ao oferecer orientação moral e significado na vida, no mundo secular atual a religião sozinha não é mais algo adequado como uma base para a ética. Uma razão para isso é que muitas pessoas não mais seguem uma religião em particular.

Outro motivo é que, com as pessoas do mundo se tornando cada vez mais intimamente interconectadas em uma era de globalização e sociedades multiculturais, a ética baseada em uma religião específica teria apelo apenas para alguns de nós; ela não seria importante para todos. No passado, quando as pessoas viviam em relativo isolamento umas das outras — como nós tibetanos vivemos bem felizes por muitos séculos, atrás de nossa muralha de montanhas — o fato de alguns grupos terem uma ética baseada na religião não apresentava nenhuma dificuldade. Hoje, contudo, qualquer resposta para o problema de nossa negligência com os valores humanos, que se baseie em uma religião, jamais será universal, portanto será inadequada.

O que precisamos hoje é uma abordagem para a ética que não dependa da religião e que possa ser igualmente aceitável por crentes e descrentes: uma ética secular.

Essa declaração pode parecer estranha vinda de alguém que desde muito cedo vive como um monge em mantos. No entanto, não vejo nenhuma contradição aqui. Minha fé me força a me esforçar pelo bem e benefício de todos os seres sencientes; e estender-me além de minha própria tradição, em direção às pessoas de outras religiões ou de nenhuma, está totalmente de acordo com isso.

Estou confiante que é tanto possível quanto valioso tentar uma nova abordagem secular para a ética universal. Minha confiança vem da convicção de que todos nós seres humanos basicamente temos uma inclinação ou disposição para o que percebemos como bom. O que quer que façamos, fazemos porque pensamos que haverá algum benefício. Ao mesmo tempo, todos apreciamos a bondade dos outros. Somos todos, por natureza, orientados em direção aos valores humanos básicos do amor e compaixão. Todos preferimos o amor dos outros do que seu ódio. Todos preferimos a generosidade dos outros do que sua mesquinharia. E quem entre nós não prefere tolerância, respeito e perdão por nossas falhas do que intolerância, desrespeito e ressentimento?

fbNessa visão, tenho a firme opinião de que temos ao nosso alcance um caminho e um modo para fundamentar valores internos que não contradizem nenhuma tradição religiosa e, ainda assim, de modo crucial, não dependem de religião.

Devo deixar claro que minha intenção não é ditar valores morais. Fazer isso não teria nenhum benefício. Tentar impor princípios morais à partir de fora, impô-los com ordens, jamais será eficaz. Em vez disso, convoco cada um de nós para chegarmos ao nosso próprio entendimento sobre a importância dos valores internos. Porque são esses valores que são a fonte tanto de um mundo eticamente harmonioso, quanto do nível individual da paz de espírito, confiança e felicidade que todos procuramos.

Obviamente que todos as religiões principais do mundo, com sua ênfase no amor, compaixão, paciência, tolerância e perdão, podem e, de fato, promovem valores humanos. Mas a realidade do mundo hoje é que basear a ética na religião não é mais adequado. É por isso que acredito que chegou a hora de encontrarmos uma maneira de pensar sobre espiritualidade e ética que esteja além da religião.

… a mudança efetiva da sociedade só virá através do esforço dos indivíduos: uma parte-chave de nossa estratégia para lidar com esses problemas deve ser a educação da próxima geração. … tenho esperança de que chegará o tempo em que possamos tomar como garantido o fato de que as crianças aprenderão, como parte do currículo escolar, sobre o caráter indispensável de valores como amor, compaixão, justiça e perdão.

junte-se… Para criarmos esse mundo melhor, portanto, que todos nós — idosos e jovens, não como membros deste ou daquele país, desta ou daquela fé, mas simplesmente como membros desta grande família humana de sete bilhões de pessoas — nos esforçemos juntos com visão, coragem e otimismo. Este é meu humilde apelo.

Dentro da escala temporal do cosmos, a vida humana não é mais que um minúsculo piscar. Cada um de nós é um visitante neste planeta, um convidado, que tem um tempo limitado para ficar. Que tolice maior haveria do que gastar esse curto tempo de modo solitário, infeliz e em conflito com nossos visitantes companheiros? Muito melhor, certamente, é usar nosso curto tempo buscando uma vida significativa, enriquecida pelo sentimento de conexão e serviço para os outros.

Até agora, do século 21 apenas uma década se foi; a maior parte ainda está por vir. É minha esperança que este seja um século de paz e de diálogo — um século em que uma humanidade mais cuidadosa, responsável e compassiva vai emergir. Esta também é minha prece.»  Daqui

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