domingo, 8 de janeiro de 2023

Reflexão - Desabafo bem feito, real e muito "amargo"...

Alguns anos depois que nasci, o meu pai conheceu um Estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, o meu pai ficou fascinado com este encantador personagem e, em seguida, convidou-o a viver com nossa família.
O Estranho aceitou e desde então tem estado connosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre o seu lugar na minha família; na minha mente jovem, já tinha um lugar muito especial.
Os meus pais eram instrutores complementares: a minha mãe ensinou-me o que era bom e o que era mau e omeu pai ensinou-me a
obedecer. Porém, o Estranho era o nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quisessemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro! Levou a minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir e chorar.
O Estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, a minha mãe levantava-se cedo e calada, enquanto nós ficávamos a escutar o que o Estranho timha para dizer, e só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora pergunto-me se ela teria rezado alguma vez, para que
o Estranho se fosse embora).
O meu pai dirigia o nosso lar com certas convicções morais, mas o Estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las. As blasfémias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa, nem da nossa parte, nem da parte dos nossos amigos ou de qualquer um que nos
visitasse.
Entretanto, o nosso visitante de longo prazo, usava, sem problemas, a sua linguagem inapropriada que, às vezes, queimava os meus ouvidos e fazia o meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
O meu pai nunca nos deu permissão para beber álcool, mas o Estranho animou-nos a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Os seus comentários eram, às vezes, evidentes, outras sugestivos e, geralmente, vergonhosos.
Agora sei que os meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante a minha adolescência pelo Estranho.
Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais. Mesmo assim, permaneceu no nosso lar.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o Estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao princípio.
Não obstante, se hoje pudesses entrar na guarida dos meus pais, ainda o encontrarias sentado no seu canto, à espera que alguém quisesse escutar as suas conversas ou dedicar o seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
O seu nome?
Chamamos-lhe Televisor.
Nota:
Agora o Televisor tem uma esposa que se chama Computador e um filho que se chama Telemóvel.
Esta "família" tem contribuído, ao longo dos tempos, para nos afastar do verdadeiro significado e dos valores da Família!
Recebido por email (autor desconhecido - adaptado)

Sem comentários:

Religiões do mundo

Religiões do mundo
Jogo - Para saber mais

Clica na imagem

Clica na imagem
Fotos do Mundo

Objetivos Globais para o Desenv. Sustentável

Igrejas em três dimensões

Igrejas em três dimensões
Clica na Igreja do Castelo de Montemor-o-Velho

Saber mais: