sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Com licença... Sou o JC!


O meu nome é Cristo. Jesus Cristo. JC para os amigos!

Nasci no dia 25 de Dezembro. Por isso, a celebração do meu aniversário está próxima. Há dois mil e treze anos, na cidade de Belém, a minha mãe deu-me à luz. Foi um acontecimento tão especial para a humanidade que toda a história ficou dividida em duas partes: antes de mim e depois de mim.
Durante muitos séculos, muita gente esperou e pediu a Deus que eu viesse. O projeto inicial do Altíssimo foi manchado e o que era uma bela história de amor entre o céu e a terra e entre a divindade e a humanidade corrompeu-se. Os homens e as mulheres quiseram viver sem o seu Criador e Senhor. Mas Deus respeitou-os. É que Ele não vos fez como se fosseis robôs ou computadores programados para fazerdes apenas o que Ele quisesse. Deu-vos o dom da liberdade por amor. Quem ama não pode obrigar. A vossa história podia ter sido de outra maneira, mas foi esta a que aconteceu. 
Deus não desistiu de vós, apesar do pecado e foi enviando profetas que falaram em seu nome e fez de vós o seu povo querido e fez convosco uma aliança.
A determinada altura, Deus decidiu adotar outra estratégia e Ele próprio quis vir ter convosco. Chegada a plenitude dos tempos, foi, então, que eu apareci em cena, de uma forma única e radical. Podia ter aparecido de uma forma espetacular. Talvez num avião, num helicóptero, numa nave espacial ou até tipo super-homem. Mas não. Eu, a segunda pessoa da Santíssima Trindade surgi no vosso planeta da forma mais bela e singela: sob a forma de um bebé. Uma criança frágil e indefesa.
Encarnei no seio de uma jovem mulher, chamada Maria. Já deveis ter ouvido falar dela, muitas vezes. Ela foi escolhida e convidada pelo meu Pai para ser a minha mãe humana. Através dela, chegaria o Messias prometido. Ela não compreendeu muito bem como seria aquilo possível, mas, na sua humildade, acreditou naquele desígnio divino e aceitou tão especial projeto de vida.
A minha mãe estava noiva de um carpinteiro chamado José. Ele também teve dificuldade em compreender tudo aquilo que estava a acontecer. A minha mãe estava grávida e ele não era o pai. Aos poucos, foi entendendo o tamanho milagre que ocorria ali. Percebeu a origem sobrenatural da gravidez da minha mãe, pois a minha encarnação era obra do Espírito Santo. Ele tornou-se o meu querido pai adotivo.
Quando os meus papás humanos já tinham casado e viviam na sua simples casinha de Nazaré, saiu um édito de César Augusto, obrigando todas as pessoas sob domínio do império romano a recensear-se. O meu pai tinha que deslocar-se a Belém e como a minha mãe estava grávida, para não ficar sozinha, acompanhou-o. Mas o seu estado não era muito favorável a viagens e aqueles dias foram muito complicados.
Ao chegarem a Belém, a minha mãe já estava com dores de parto. O meu pai procurou uma hospedaria para ficarem por uns dias e para a minha mãe gerar-me. Mas não havia lugar algum porque a cidade e as redondezas estavam cheias de gente naquela ocasião.
Não dava para esperar mais. Tinha que ser num sítio qualquer. Um pobre homem, vendo o desespero do meu pai e a aflição da minha mãe, disponibilizou tudo quanto tinha: uma grutinha, onde guardava os seus animais. 
E foi ali, não num palácio ou numa maternidade, mas num humilde curral, que eu nasci para a minha vida terrena. Naquela noite fria eu nasci e fui colocado entre panos numa manjedoura com palhinhas. Não havia médicos, riqueza ou comodidade. Apenas o muito carinho e alegria dos meus pais e o calor de uma vaca e de um burro. Alguns anjos cantavam e davam glória a Deus. Havia uma magia especial em tudo quanto estava a acontecer. 
Pouco tempo depois, os meus pais foram surpreendidos com a visita de vários pastores que tinham recebido a notícia do meu nascimento e muito felizes se prostraram e ofereceram coisas dos seus trabalhos de pastorícia. Posteriormente, chegaram, também, guiados por uma estrela e fugindo de Herodes, três magos do Oriente. Também se curvaram em solene veneração e ofereceram ouro, incenso e mirra. Todos me adoravam, desde as pessoas mais simples do povo até às mais sábias e poderosas. 
Tudo aquilo era misterioso e intrigante. A minha mãe escutava tudo quanto se dizia de mim e guardava todas aquelas coisas no seu coração.
Este foi o início dos meus 33 anos de vida no vosso planeta. Vim como caminho, verdade e vida, fazer-vos um convite de salvação e realização em que tudo se resume no mandamento do Amor. Deus é amor e o amor é a chave da autêntica felicidade.
A poucos dias da minha festa de anos, queria dizer-vos que gostava de voltar a nascer na vossa vida e no vosso coração. Nasci criança para que não tenhais medo de mim. Que mal poderia fazer um Deus Menino? Não tenho força para abrir a porta da vossa casa. Volto a bater e se quiserdes, abri-a. 
Gostava de festejar o meu aniversário convosco. Ao fim e ao cabo, a razão de ser do Natal sou eu. E há tanta gente que celebra a minha festa sem mim, que sou o aniversariante… Quero desejar-vos também eu, um feliz Natal! Afinal de contas, sabeis bem quem eu sou. Com licença, sou o JC!'

Paulo Costa, Jornal 'Entrelinhas', Colégio de Lamas
Retirado daqui 

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